terça-feira, 13 de outubro de 2015

Marés


MARÉS 




Na beira do mar 
do meu peito 
ondas brincam 
me matam 
me afogam 
me iludem 
tentam 
me fazem querer 
me fazem pulsar 
alguma maré cheia 
de esperança 
amor 
ou gana. 

Tentam 
me fazer 
querer mais do que posso 
longe de teia de destino 
e do que a vida trama. 

Na beira do mar 

do meu peito 
vai, 
agora, pelo menos, 
um verso com defeito 
como sonho que acordou 

e não conseguiu sair da cama. 




Na beira do mar do meu peito 
vai um silêncio 
perfeito 
e tudo aquilo que pretendo 
começar a fazer direito. 


(Anita Coutinho)

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