domingo, 7 de agosto de 2011

SORTE

Li a sorte em um biscoito chinês
Porque já não tinha nada pra ler.

Liguei no céu os pontos- estrelas
Na esperança de enxergar mais do que já podia ver...

E tudo o que li e vi
Descrevi do melhor jeito que não era permitido escrever.

Li a sorte nas ( entre) linhas
Da sua pele
Da palma da mão
Da sua carta

E o que vi,
O que agora sei de cor (ação)
Escrevi com metáforas
cada estrofe
que não foi nem é
só imaginação...



Escrevi em meio termo
sem nenhuma espécie de pontuação
toda a sorte que li
    pode ser
o que irá vivermos
tudo exposto alí,
no abismo de suas mãos.




Li a sorte
que brilhava
ansiosa e exibida
pendurada sobre teus olhos
de estrela contida,
alma decolada,
ação proibida
e do que li,
escrevi uma carta
Tua biografia não conhecida...
Cada linha torta
Escrita com letra desenhada
Contando o que li sobre tua vida
A carta,
mandei selada
com um beijo, um segredo e uma lambida
rumo a qualquer sorte de endereço
qualquer rua, bairro ou avenida
enviei a sorte que li na vida
a tudo que é, que está, e que não tem preço.


É o que dita a sorte
Ativa e atrevida:
É sempre a vencedora, nunca a vencida.

(Anita Coutinho)